domingo, 13 de janeiro de 2008

Revolução no ouvido cristão brasileiro



Durante todo o meu ensino médio ( 2004 - 2006), costumava passar algumas horas ou ao menos

minutos em uma das livrarias cristãs mais conhecidas do Distrito Federal. Não porque via algo de extraordinário lá, mas porque tinha que esperar a aula do cursinho começar depois da aula normal da escola, e nada melhor do que gastar esse tempo ouvindo música ou vendo algum livro interessante. Minha queixa constante era o fato de que até as grandes livrarias do país não vendiam os álbuns internacionais do momento.

Cansava de ver somente o álbum 'My King' do Planet Shakers, ou esperar meses para os

do United chegarem às prateleiras.

Quando entrei para a faculdade em 2007, parei de freqüentar aquele lugar, afinal só ia lá porque ficava ao lado do ex-colégio. As poucas idas em 2007, foram motivadas pela busca de algum presentinho, cartão, ou ingresso de algum evento na cidade. Mas hoje resolvi voltar aos velhos tempos, em que eu e algumas amigas simplesmente tomávamos conta do lugar, deitando em nossas mochilas e assistindo os DVDs inteiros sem comprá-los depois... Haha. Esse tipo de situação quando se é um aluno de ensino médio uniformizado não causa nenhum tipo de constrangimento. :D

Me surpreendi com o que vi. Não tinha percebido que o consumidor cristão brasileiro estava aprendendo a gostar de coisas boas lá de fora também... Encontrar nas prateleiras

da frente( as principais) álbuns como os da Krystal Meyers, Desperation Band, todos do Stellar Kart, Leeland e no mínimo 6 álbuns distintos do Planet Shakers... Não era algo imaginável na "minha época".

Concluí que o problema não estava no cristão brasileiro, mas sim na divulgação desse conteúdo que não era muito presente. Hoje em dia os canais cristãos da TV aberta passam clips recentes de bandas atuantes no cenário internacional. Além da grande influência de sites como MySpace e PureVolume que são os maiores divulgadores de bandas Indie da atualidade . Um bom exemplo é a Mute Math, que não é aliada a nenhum grande selo musical mas com ajuda da internet vem conquistando admiradores do mundo todo. Acompanhei a banda no início e me surpreendo com a dimensão do recechecimento que ela alcançou hoje.

Algo também válido em toda essa expansão que está ocorrendo, é a influência positiva recebida por artistas nacionais do que há de melhor lá fora. Confesso que já fui uma 'oficinete' na época de "O Tempo"...

Mas foi numa época em que estava me redescobrindo musicalmente [pré-adolescência].

Se reparmos, no perfil de quem prefere a música cristã internacional à brasileira , a maioria não deixa de escutar e reconhece os novos talentos brasileiros como: Heloisa Rosa, Lucas Souza, Atraídos por Ti e porque não salvar a Nivea Soares?

haha.

Jars of Clay, Mute Math, Sixpence None The Richer, Laigh Nash, Delirious?, Plumb, David Crowder Band, Planetskars...

São algumas das influências explícitas desses talentos brasileiros. Fico feliz com a evolução da música cristã brasileira e principalmente pela crescente aceitação da música internacional, o que vem possibilitando a realização de shows de bandas que há alguns anos atrás não via possibilidade alguma de presenciar um show em meu próprio país.

Com todas essas alternativas, ainda existem crentes que escutam apenas música secular porque afirmam que a música cristã não tem a mesma qualidade. Realmente não tem... Além de excelentes músicos, melodias encantadoras e outros recursos que a música secular pode oferecer, eles têm o algo a mais que torna essa música não apenas som para nossos ouvidos mas forma de adoração ao Senhor. Se alguém ainda tem esse pensamento, é porque não anda bem informado quanto ao tema abordado no decorrer desse texto.